quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Meu drama


Faço muito drama, não nego.
Agora ao ver algo na internet me coloquei a pensar, 'algum tipo de morte não dolorida espera por mim em algum lugar da vida'.
Algum, morte, vida.
Tudo muito vago.
Perguntei á minha mãe o que ela prefere, uma morte lenta e pouco dolorida ou rápida e muito sofrida, ela como sempre respondeu 'prefiro o que Deus quiser', nem sei mais porque ainda pergunto essas coisas a ela, não sei se o tema da morte a desagrada profundamente por não ter vontade e ter medo de morrer, ou por achar que é 'pecado' ou coisas do tipo falar sobre.
Verdade é que esse tema não me sai da cabeça, todos meus amigos falando de como sou louca por me cortar, cortes bobos e superficiais que por inocência achei que doeriam mais que os cortes que tenho na alma e estes não foram propositais, acabaria por substituí-los, tudo ilusão, agora tenho cicatrizes feias no meu braço branco-amarelado que eu achava particularmente bonito.
Li em um livro aí, pois depois de perceber que os cortes não me tiraram dor alguma, dei pra ler compulsivamente, uns quatro livros por semana, isso tem funcionado até agora, bom, do que eu estava falando mesmo?
Ah, sim, que eu li, é uma pequeneza, quase bobagem, nem anotei, nem lembro as palavras exatas, mas dizia algo como que 'as cicatrizes também poderiam ser vistas como troféus' fiquei pensando nisso, deve falar de cicatrizes na alma, coisas que é 'culpa' dos outros, ou dos sofreres voluntários, não de cortes com navalha, mas mesmo assim, achei bonito.
Tudo isso era pra falar de algo que eu vi na internet, por isso que quando eu falo que odeio a tecnologia eu não poupo o ouvinte de minhas lamentações, a não muito tempo atrás li em livro, do Bauman que fala mais ou menos sobre como a tecnologia interfere nas relações humanas, e como é fácil se 'livrar' das pessoas nos dias de hoje, pior é que é verdade, pra se 'livrar' de alguém tu bloqueia e excluí do nosso amadíssimo msn e está tudo bem, adeus pessoa, você não existe mais pra mim. Não estou falando isso por mal, eu faço isso, muito até, mas mesmo assim, mesmo por saber que tenho culpa também, não torna a situação menos triste.
Mas nossa, como eu sou dramática, todas essas palavras e reflexões mesquinhas porque afinal 'todomundosuperamaainterneteoorkuutmeudeussenaoexistisseeumematavaamigavocênãosabedaúltimaofuladomeexcluiudofacebookestoutãotriste'e eu apesar de zombar, também gosto, mas, acho que fico mais triste e decepcionada com coisas que vejo na internet do que a maioria das pessoas.
Desculpe caro leitor, ler até aqui achando que era algo útil, meio filosófico, meio literário, e no caminho tu teve que encarar essa choramingação adolescente vindo de uma pessoa com, digamos, um quarto de vida já vivido, (mal vivido dependendo do olhar) e nenhuma conclusão afinal, bom deixo meus sinceros pedidos de desculpas, é que precisava falar sobre isso mesmo.

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