quinta-feira, 24 de junho de 2010

Reflexão em uma quarta sobre o amor, e o quão devastador ele é.

Eu sinto como se ela tivesse me tirado a capacidade de amar, e que depois dela tanto faz.
E chora, começa a sair secreções do seu nariz, tento sentir nojo mas só me sobe a boca palavras mais angustiadas do que as que estou ouvindo, e calo.
Não entendo como o amor que era pra ser algo bom pode fazer isso com alguém, ele tem razão, depois dela tanto faz, e agora cabe a mim dar falsas ilusões de que ele vai amar novamente, quando não vai, ou terminar de destruí-lo com a verdade que mesmo não tento imagem vai lhe fazer doer os olhos de tristeza.
Eu calei, e passei a tarde toda daquela quarta-feira cinza, a mais cinza da minha vida, calando, calando e calando, eu não tinha nada de bom pra falar, se não gostasse dele tanto poderia dizer que não me importo com o que ele estava sentindo. Quando foi anoitecendo e a angustia dele se travestindo de sono e fome pensei que talvez eu realmente não tinha me importado com ele, a tarde toda, mas a verdade é que me importo.
Eu queria tanto poder arrancar essa dor do peito dele que tem nome, sobrenome e endereço, mas eu não posso, e talvez eu não queira tirá-la pra que ele deixe de sofrer, pois sendo tão egoísta seja pra que eu tenha espaço, pra que eu tenha vez, eu não sei.
Ele diz que não adianta mais falar sobre, nem pensar em soluções, que não é 'como se' a pessoa em questão tivesse morrido, mas que deveras a situação é tão irreversível que ela morreu.
Poderia comemorar, mas a vida é cheia de surpresas, e como Deus só olha pelos ruivos não devo contar com a força Dele pra que eu consiga o lugar dela, que na verdade não é nem o dela que de fato quero, é o meu, que ela ocupou todo, por uma questão de tempo, ela só chegou primeiro, alguns dias, meses e anos.
Prefiro pensar assim, que ela chegou 'primeiro', isso disfarça na minha mente que o que ele sente é o amor mais puro e sincero que talvez eu nunca sinta, e que talvez ninguém nunca sinta por mim, e que não sei se me contorço de inveja ou fico grata, pela oportunidade, de conviver com alguém com essa capacidade de amar, amar quem te deixou, quem não se importou com você, ou se importou, mas desistiu, fico em dúvida sobre qual dói mais.
Depois disso tudo eu preciso tomar uma decisão, meus discos rígidos me mandaram uma pergunta, e o tempo de enviar a resposta está se esgotando, 'eu quero mesmo entrar nessa história?', eu não consigo pensar numa resposta e a cada palavra que escrevo aqui meu tempo se esgota mais e mais.
A sensação é de entrar numa batalha contra sem arma alguma enquanto todos estão armados até os dentes, se eu fosse usar da praticidade que tanto me agrada cairia fora, agora, por e-mail, bem hostil mesmo, mas eu não sou assim, eu arrisco, sempre, e pago o preço depois, paciência.

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